Reflexão do Livro de Março 2017



Breve reflexão sobre o livro do mês de março de 2017 “Quebrar as cadeias” – o combate pela dignidade das mulheres – de Irmã Eugenia Bonetti com Anna Pozzi
Em termos gerais:  



Quem vive, ou já viveu, numa cidade grande deu-se conta da existência aí de ruas, ou locais, conhecidos pela prática da prostituição, mas sinceramente, não tinha a noção da dimensão avassaladora deste fenómeno. É impressionante o número de mulheres vítimas deste “comércio ignóbil”!
Depois de ler o livro deste mês, fiquei com um sentimento de tristeza profunda, por um lado, pela situação trágica em que vivem milhões de mulheres (crianças, jovens e adultas), pelo mundo fora, por outro lado, pelo “adormecimento” consciente, ou inconsciente, da maioria das autoridades, dos diferentes países, face a esta tragédia humana, que se arrasta há tantos anos, sem se vislumbrar uma vontade real de lhe pôr um fim.
Apesar de tudo, foi muito bom verificar que há, por parte da Igreja, uma ajuda real e em rede, em certas cidades desta bendita Europa, na ajuda humana, médica e social a muitas das mulheres que vivem na prostituição e àquelas que manifestam vontade de sair deste círculo vicioso, em que foram obrigadas a  cair, pelas razões mais variadas.

Mais em pormenor:

Pág. 50 – “Os clientes – juntamente com os traficantes e as vítimas – são figuras-chave no mundo da prostituição: se há muitas prostitutas nas nossas ruas, obrigadas a vender o próprio corpo, é porque existe uma grande procura (e a mulher pobre, indefesa e sem documentos, tornou-se a resposta a esta procura). São eles que mantêm e promovem o mercado; um mercado surpreendentemente vasto: em Itália, o tráfico ilícito de mulheres e menores para fins de prostituição satisfaz a procura de 9 a 10 milhões de clientes por mês.  (dados de 2010)
Comento eu: se pensarmos bem, é o equivalente, em número, à totalidade da população portuguesa!!! Dá que pensar…

Pág.53 – “Algumas investigações documentam que o cliente é um homem medianamente abastado, de idade variável entre os 18 e os 70 anos (e mais), com uma educação média, muitas vezes com um bom trabalho, e que até se confessa cristão. Além disso 70% têm mulher e filhos, ou companheira.”

Pág.55 – Desde os alvores da história, a ordem da criação tem sido quebrada, porque os homens fizeram mau uso da sua liberdade e fizeram escolhas erradas. O poder e o bem-estar contribuíram para a difusão da corrupção e da injustiça. Desde então, os seres humanos entraram em conflito consigo mesmos, com os outros e até com a natureza; fizeram a experiência da luta entre o bem e o mal, entre a vida e a morte, entre o amor e o ódio.  …”Por isso, apareceram os profetas: para sugerirem à humanidade novas visões e despertar a esperança no futuro.” … “o Grande Jubileu de 2000,…” … “incitou-nos a firmar uma nova «aliança com os pobres». E esta é a visão profética de que hoje temos necessidade. “Várias congregações já fizeram a sua com determinação e coragem.”

Pág.100 – Deveria ser dada uma atenção especial ao mundo da «procura». Os nossos homens e os nossos rapazes deviam tomar consciência das suas responsabilidades, quando procuram sexo pago com mulheres traficadas (muitas delas menores). Com a sua escolha apoiam e alimentam esse enorme mercado e tornam-se cúmplices de uma violação do direitos humanos.

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